23/11 – Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil
Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo e hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2020 foi de 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino e o número de mortes 2.289, sendo 1.295 homens e 994 mulheres.
Os cânceres em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos e se desenvolvem rapidamente. Por outro lado, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto.
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Os pais devem estar alertas ao fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para avaliação. Na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isto não deve ser motivo para descartar a visita ao médico.
A manifestação clínica dos tumores infanto-juvenis pode não diferir muito de doenças benignas (sem maior gravidade) comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança ou o jovem está em condições razoáveis de saúde no início do adoecimento. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade de ser câncer é fundamental.
Tratamento:
Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centro especializado. Compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.
O tratamento é planejado de acordo com o diagnóstico do tumor, as suas características biológicas e a presença ou não de doença à distância do tumor.
O trabalho coordenado de vários especialistas (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos) também é determinante para o sucesso do tratamento.
Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente.
Nesse sentido, deve ser dado suporte psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento.
Com o aumento da curabilidade da doença, muitos pacientes com câncer na infância são sobreviventes a longo prazo, grande parte deles são hoje adultos. É importante que continuem o acompanhamento na clínica de seguimento por um tempo maior, para reconhecimento precoce e cuidado apropriado das complicações tardias que possam surgir. A abordagem multidisciplinar destes pacientes é parte integrante do tratamento oncológico.
Prevenção:
Para os tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que esclareçam a associação entre a doença e os fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e à orientação terapêutica de qualidade.
Sinais de alerta para o câncer da criança:
O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil é uma data comemorativa instituída pela Lei nº 11.650/2008 que visa estimular ações educativas associadas à doença, promover debates e outros eventos sobre políticas públicas de atenção integral às crianças e adolescentes com câncer, além de divulgar os avanços técnico-científicos na área e apoiar as crianças com câncer e seus familiares.
Clique aqui para saber mais: https://bvsms.saude.gov.br/23-11-dia-nacional-de-combate-ao-cancer-infantil-4/
Fontes:
A C Camargo Câncer Center
Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba – PR)
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
Sociedade Brasileira de Pediatria
Hospital da Criança: http://encurtador.com.br/wzGJS