Durante todo o mês de dezembro, a campanha Dezembro Vermelho promove ações para engajar profissionais e usuários para a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos das pessoas que vivem com HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e o cuidado integral à saúde, as unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) terão uma programação especial durante o mês. O Dia D da campanha será neste sábado, dia 2 de dezembro, com mobilização nas unidades de Atenção Primária das 8h às 17h.
Instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1988, o dia primeiro de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Estabeleceu-se a data em apoio às pessoas que convivem com o HIV e que fazem parte da luta em combate ao vírus. Além disso, tem o propósito de quebrar o estigma da doença pelo conhecimento garantindo o acesso das informações à população .
“Iniciamos esta semana uma grande mobilização para intensificar as testagens de HIV, sífilis, hepatites B e C na cidade. O objetivo é realizar 300 mil testes. É importante conscientizar a população e informar que o teste é fundamental para o diagnóstico precoce, evitar a transmissão e começar o tratamento para essas doenças o quanto antes. Cerca de 42 mil pessoas fazem tratamento para HIV/Aids pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município do Rio de Janeiro. As ações de prevenção combinada, a testagem e o diagnóstico são fundamentais para evitar a transmissão do HIV e proteger a nossa população”, explica o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
No Rio, todas as unidades de Atenção Primária estão aptas a orientar e conscientizar sobre infecções sexualmente transmissíveis. Todo o tratamento e medicação são oferecidos gratuitamente pelo SUS. As unidades de saúde também disponibilizam os principais métodos de prevenção: além dos preservativos, a PrEP (profilaxia pré-exposição) é prescrita em todas as unidades de Atenção Primária do município.
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O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais. A campanha deve promover:
– iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha;
– promoção de palestras e atividades educativas;
– veiculação de campanhas de mídia;
– realização de eventos.
Aids:
Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Transmissão:
Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
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O Ministério da Saúde alerta que a melhor técnica de evitar o HIV/Aids é a prevenção combinada, “que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV”. São exemplos de prevenção combinada a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV, e a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) – uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus (clique aqui e saiba mais).
Uma das perguntas frequentes é “Se eu tomar a PrEP posso parar de usar preservativos quando tiver relações sexuais?”, e a orientação do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, é de que não se deve parar de usar preservativos porque está tomando a PrEP. “Se a PrEP for tomada diariamente, ela protegerá você contra a infecção pelo HIV, mas não 100%. Os preservativos também oferecem uma grande proteção. A PrEP não protege de outras infecções sexualmente transmissíveis (tais como sífilis, clamídia e gonorreia), mas a camisinha pode preveni-las. Então, você terá mais proteção contra o HIV e outras infecções sexuais se você fizer a PrEP diariamente e usar preservativos durante as relações sexuais”.
Carga Viral Indetectável
A Nota Informativa Nº 5, de 14 de maio de 2019, divulgada pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (DCCI/SVS) do Ministério da Saúde, atualiza informações sobre o conceito do termo indetectável = intransmissível para Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV). A Nota explica que “evidências científicas recentes corroboram a afirmação de que pessoas vivendo com HIV (PVHIV) em terapia antirretroviral (TARV) e com carga viral indetectável há pelo menos seis meses não transmitem o vírus HIV por via sexual. O termo Indetectável = Intransmissível é consenso entre os cientistas e vem sendo amplamente utilizado mundialmente por instituições de referência sobre o HIV”.
De acordo com o Departamento, os medicamentos antirretrovirais (ARV) agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. “O desenvolvimento e a evolução dos antirretrovirais para tratar o HIV transformaram o que antes era uma infecção quase sempre fatal em uma condição crônica controlável, apesar de ainda não haver cura. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a Aids. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais, como aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas”.
Em dezembro de 2020, o Departamento divulgou que o Brasil tem registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos – a taxa de mortalidade apresentou queda de 17,1% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram registrados 12.667 óbitos pela doença e, em 2019, foram 10.565. Nesse contexto, o Ministério da Saúde afirma que “ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos”, e frisa que “desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS todos os medicamentos ARV e, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral”.
Fonte: https://portal.fiocruz.br/noticia/dezembro-vermelho-o-que-voce-precisa-saber